Não há maior desejo de ciência estatística do que ser capaz de explicar algo complexo e duradouro no tempo com uma única imagem. Ser capaz de gerar um impacto imediato com uma visualização que condensa uma história e o(s) seu(s) conceito(s) num segundo. E foi isso que o mundo do basquetebol conseguiu com a sua revolução particular: a regressão gradual e imparável do tiro médio na NBA para além da linha dos 3 pontos, perfeitamente explicada numa única imagem ou gif evolutivo ano após ano, mostrando como o chamado tiro médio se desertou a favor do tiro de três pontos.
Esta revolução provou a teoria de que o grau de risco e recompensa, dadas as regras do jogo – em meados dos anos 90, a linha de 3 pontos passou de 7,23m para 6,75m do aro – e a evolução física dos jogadores – qualquer jogador com mais de 2,00m podia sair para disparar de 3 pontos -, mais do que compensava mesmo que a distância de disparo fosse muito maior. Desta forma, as posições médias de tiro de cada época afastavam-se umas das outras, consumando a chamada revolução do espaço ofensivo: qualquer um conseguia disparar e marcar a partir de três, obtendo maiores recompensas do que tentar a partir de meia distancia.
Cada desporto é diferente, com as suas próprias dinâmicas de jogo, regras e desenvolvimentos. No futebol sua teórica revolução começa a ser mensurada à medida que a estatística avançada vai recolhendo dados de um número maior de temporadas e penetrando nos clubes para a análise do jogo. … esses dados e comprovamos que o que concluímos foi confirmado: que aproximar-se da baliza supõe uma recompensa potencial maior do que afastar-se dela, e que isso estava acontecendo em todas as ligas.
Nesta primeira tabela mostramos a distância média de remates a gol de 2014 a 2021 – última estação -, onde podemos ver como os remates a gol se aproximam progresivamente da baliza. A evolução do jogo centrou-se na organização sofisticada de ataques, envolvendo um grande número de jogadores para criar espaços onde a oposição tenta fechá-los. Como podemos ver no gráfico, em cada campeonato a tendência tem sido a de certificar que aproximar-se da baliza é mais rentável.
E o que aconteceu aos tiros de dentro da área? Se olharmos para a percentagem de remates de dentro da área nos últimos três Campeonatos do Mundo, nos dois últimos Campeonatos Europeus e nas últimas cinco edições da Champions League, o resultado é absolutamente esclarecedor. A evolução do jogo tem uma das suas consequências mais marcantes na abordagem ao remate, onde a probabilidade de marcar golos é claramente maior, deixando para trás remates de longo alcance e aumentando a quantidade de passes graças à organização cada vez mais sofisticada das equipas.
Somos Driblab, uma consultoria especializada em análise estatística de jogadores e equipes; nosso trabalho se concentra em assessorar e minimizar os riscos nas tomadas de decisões no futebol profissional em áreas relacionadas à detecção de talentos e avaliação de perfil. Nossa base de dados contém mais de 200.000 jogadores de mais de 180 competições, com abrangência de informações de equipes de todo o mundo. Aqui você pode conhecer mais sobre como trabalhamos e o que oferecemos.
